quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Vídeo da noite

A voz dela a meu ver é super irritante, mas gostei da música.

E quem lhe amará? Quem lhe escutará?
Quem lhe entenderá mesmo se você errar?
Quem lhe amará? Mas quem lhe escutará?
Quem lhe entenderá quando você cair?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Crônica de uma paulistana falsa

Tive hoje uma péssima noite de sono. O tranquilizante me faltou. Acordei com náuseas, com uma dor de cabeça horrível. Pensei que era apenas tomar o meu café da manhã e pronto. Ledo engano. Só piorou a situação.

Perdi o ônibus, fui andando até o trabalho porque estava inquieta. Chego, começo o meu trabalho, e logo me dá uma vontade terrível de vomitar. Quase acontece. O mal estar persiste. Resolvo ir no hospital.

Três horas de espera. Três. Hospital mal equipado, médicos mal educados, funcionários despreparados. Que mais eu poderia esperar de um hospital público? Chuva. Eis que ela surge, instantaneamente. A tempestade tropical que faz árvores caírem, bueiros entupirem, o trânsito da metrópole ficar ainda mais caótico.

A metrópole. Ela, tão esplêndida, tão cheia de urbanidade, tão cheia de modernidade. Dominada pelo barulho inquietante das buzinas, pela água que escorre dos cantinhos mais imprevisíveis e pela barbárie que é o retorno para casa numa cidade de crescimento desordenado. É, aprendi a odiar São Paulo em certas ocasiões, um ódio que um paulistano legítimo sentiria.

Agora estou em casa, e a chuva de repente vai embora, deixando meu sapato inutilizado e minha calça para lavar. Hora de pôr novamente a saia que mostra meus pelos nascentes.

Para hoje só me resta saborear uma deliciosa pizza e ir dormir. Porque amanhã tudo começa novamente.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Vídeo da noite

Chuva em São Paulo é propícia para escutar essas músicas. "Skinny love" é um cover da cantora inglesa Birdy. Escutei hoje no Sanremo e achei a música linda.

Agora todo o seu amor foi gasto?
Então quem diabos fui eu?
Agora estou quebrando as passagens
E o fim de todos os seus versos.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Sentir-se mulher

Sentir-se acolhida.
Sentir-se aceita.
Sentir-se tolerada.
Sentir-se bem.
Sentir-se elegante.
Sentir-se autoconfiante.
Sentir-se feminina.
Sentir-se Marina.

Foto: Sabrina Garcia

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Vergonha própria

Sinto nojo de me ver no espelho, com cabelo que não cresce e barba e bigode que insistem em aparecer. O que não faria para que eles sumissem para sempre?

Sinto nojo de estar nessa condição híbrida, que precisa ser camuflada.

Sinto nojo desse órgão sexual que me oprime, que me tira o desejo pelo meu próprio corpo.

Sinto nojo de só me sentir segura e autoconfiante sendo uma mentira, com peruca, bojo, maquiagem, e técnicas dolorosas de esconder o pênis.

Sinto nojo de ouvir desculpas esfarrapadas que protelam direitos adquiridos meus.

Sinto nojo de ter nascido um homem.

Eu definitivamente sou uma mulher, até crises existenciais típicas femininas eu tenho.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Vídeo da noite

O vídeo da noite eu posto porque acabei de assistir "My fair lady" e sempre que vejo esse filme fico com o emocional abalado.

Poderia ter dançado toda a noite
E ainda assim teria implorado por mais
Poderia ter aberto minhas asas
E feito mil coisas que eu nunca fiz antes.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Palavras aleatórias

Enjoo.
Chuva.
Vazio.
Brisa.
Preocupação.
Preguiça.
Espera.
Esperança.
Tristeza.
Mágoa.
...
Enjoo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Confrontamento

Hoje tive de tomar uma decisão muito triste na minha vida. Abdicar de um sonho, mesmo que temporariamente, para encarar uma vida real que não tem apenas bons momentos. Restringir-se aos limites do seu próprio organismo para não pirar.

Não diria que essa decisão foi covarde, mas sim prudente. Quando se é jovem, queremos tudo agora e pra já. Quando a vida adulta começa, se vê que a vida não é tão simples assim. Escolhas precisam ser feitas e nem sempre são aquelas que a gente mais gosta.

Algo melhor está me esperando, acredito nisso.

Vídeo da noite

O vídeo de hoje é uma música linda da minha cantora favorita, Laura Pausini. É pra que todos saibam que a viagem mais importante é aquela que se faz dentro de si mesm@. Vou colocar abaixo o que ela disse antes da música.

São tantos anos que faço viagens. Viajo e conheço pessoas, e por meio destas viagens, tento conhecer também a mim mesma. Prego, sinceramente, que as pessoas são feitas das mãos que se dão, das promessas que nos ligam. E creio que a amizade seja um valor absoluto, hoje, no mundo e na nossa alma. A próxima canção é dedicada a todos que têm coragem. "La geografia del mio cammino".

O furacão que gira à minha volta sou apenas eu
Vejo a esperança no fundo daquele esquecimento
O defeito é a experiência que ainda não tenho
Mas não me importo, não tenho mais medo.

Confortamento

Acordar disposta para um novo dia.
Ter um novo dia tranquilíssimo.
Receber boas notícias no final da tarde.
Sentir um leve desconforto à noite, mas que pode ser relevado.
Ser tratada levemente.
Ser tratada como uma pessoa, e não como alguém de segunda categoria.
Não se sentir alguém de segunda categoria.
Chegar em casa, depois de um dia, exausta, e esperar o próximo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Asneiras e vergonha alheia

Alguns fatos marcaram essa última semana. A entrevista da Lea T pro Fantástico sobre a sua cirurgia, a qual assisti e considerei como padrão, pois ela não falou nada de diferente. O dia da visibilidade trans. A entrevista do famigerado Silas Malafaia pra Marília Gabriela, a qual não assisti e tenho a audácia de dizer que não quero assistir. Publicações no site da Folha sobre o transgenerismo, seguidas de comentários totalmente estapafúrdios e fora da realidade. É sobre eles que vou me ater neste post.

O Brasil, que tanto se vangloria de ser um país de liberdades e miscigenações, por meio de uma democracia assustadoramente estranha, dá voz e respaldo a uma estirpe de pessoas que têm o pensamento idêntico ao de eras medievais, nas quais havia um poder temporal, que regia tudo e todos, e nas quais liberdade de pensamento, de expressão, e até de rejeição, era algo impensado.

Com promessas de engrandecimento profissional, cura eterna, dentre outras bizarrices, a mensagem de desrespeito não só aos transgêneros, mas aos homossexuais, bissexuais, dentre outros que não se enquadram no binômio macho-fêmea se alastra por todo o país, e aliada ao preconceito já existente não só pelo ódio imotivado mas também pela falta de conhecimento sobre o assunto, gera uma situação irreal: o dito país do "oba-oba", da liberdade, que repreende parte de seus cidadãos.

Acabo de ler um artigo que trata da "brilhante" ideia do "terceiro banheiro" (link), que seria uma forma de manter aqueles que são diferentes fora do alcance das mulheres "que se sentem ultrajadas por dividir o banheiro com uma 'mulher com pênis'". A formalização de uma segregação social baseada no sexo. Uma afronta a um direito fundamental garantido na nossa Constituição, o da dignidade da pessoa.

Menor seria minha indignação ao ler este artigo se eu não começasse a ler os comentários, abaixo do mesmo. Um sem-número de aberrações sociopatas e desrespeitosas com @s trans. Tudo baseado no mais puro preconceito, hoje vociferado por estas figuras, como diria, carismáticas, que têm uma assustadora aceitação pelas massas.

Primeiro, quem teve educação vai ter educação em qualquer lugar e vai saber se portar num lugar público, saber suas possibilidades e limitações. Segundo, se um homem se sente mulher, porta-se como tal, veste-se como tal, age como tal, por que diabos teria de usar um banheiro masculino? Somente por um miserável falo? Aliás, o falo é algo tão importante assim para se gerar um debate tão ridículo e hipócrita? Questão a se pensar.

Vídeo da noite

O vídeo de hoje é um clássico da eurodance dos anos 80, "Call me", da italiana Spagna. Ainda não é o momento, mas se quiser chamar posso atender.

Eu posso esperar, mas eu te peço, querido, para não perder meu número
Te digo, querido, me chame agora, porque eu estou perdendo o sono

domingo, 3 de fevereiro de 2013

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Vídeo da noite

O vídeo de hoje eu to postando porque ouvi essa música na rádio e achei super engraçada.
Só pra lembrar das tantas vezes que "roubaram meu caminhão".

Essa foi demais! Isso não se faz!
Ninguém vai acreditar, ela roubou meu caminhão.

Dor

O meu dia hoje começa com dor.
A dor da temida depilação com cera.
Aquela que leva tudo, inclusive parte da alma.
Aquela que te deixa lisinha e confiante.

Já estou acostumada, então a dor já é suportável.
Queria que outras dores fossem como esta.

Vídeo da noite

Um dos míticos duetos da década de 90. Eros Ramazzotti e Tina Turner cantando "Cose della vita", que certamente vocês já devem ter ouvido naquelas listas da Alpha ou da Antena1. Vai prum propenso casal que está num vai-não-vai.

Sao humanos todos os meus sonhos
Com as mãos vou pegá-los, sim, porque
O que é a vida sem um sonho para se levar?
Pegue minha mão e nunca me deixe ir.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Esclarecimentos

Tendo em vista que muitos amigos meus vêm me fazendo perguntas a meu ver surpreendentes sobre minha nova condição, faço alguns esclarecimentos.

Primeiro, não, NÃO ME OPEREI. Além de essa ser uma operação complicada, delicada, arriscada e, principalmente, cara, demanda uma série de exames, de acompanhamento por vários especialistas e ABSOLUTA CERTEZA de que se quer fazê-la mesmo.

Segundo, ainda não tomo hormônios. Vide o post anterior, que fala sobre isso.

Terceiro, não estou namorando. Estou apenas curtindo, mas naquelas.

Quarto, considero sim uma depilação a laser. Em um momento futuro vou fazê-la.

Quinto, sobre baladas. Vou naquelas em que me sinto à vontade; se eu não gostei do lugar simplesmente pego minhas coisas e vou embora.

Mais coisas é só perguntar nos comentários aqui embaixo.

Um caminho iniciado

Hoje foi a minha primeira consulta no ambulatório de transexuais que tem aqui em São Paulo, e confesso que foi um momento muito bom do meu dia. Fiz novas amizades, meninas que passam por dilemas semelhantes ao meu.

Me apresentei à médica, passei pra ela meu exteeeeeeeeenso rol de tratamentos realizados, ela me passou uma série de exames pra fazer no mês que vem e daqui a dois meses volto lá pra ela me receitar os hormônios.

Voltei exausta pra casa: cheguei no ambulatório era pouco antes das 16h (horário marcado), fiquei esperando até a consulta, que foi perto das 17h30, e ainda fiquei proseando com as outras meninas com quem fiz amizade, depois fui no shopping que fica ali perto olhar vitrines, e só aí que voltei, contente que iniciei este caminho para realizar uma necessidade: a de ser eu mesma.

Pra quem deseja informações e saber mais sobre o tratamento, ou mesmo iniciar o tratamento (corre, que a agenda lá é apertada), segue o endereço do ambulatório:

Centro de Referência e Treinamento DST/Aids
R. Santa Cruz, 81 - Vila Mariana
São Paulo- SP
(11) 5087 - 9911