quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Vídeo da noite

Hoje não tem vídeo. Estou com preguiça de procurar um (risos).

Ansiedade

Muitas coisas vão acontecer a partir de amanhã e vão seguir até semana que vem.
Meu coração palpita de uma forma impressionante.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Vídeo da noite

A música não tem nada a ver comigo, mas acho legalzinha. "Dos hogares", da mexicana Anahí.

Sinto que me encontro dividida entre dois lares tão ímpares
Sinto que me encontro dividida. Coração ferido, não me falhe

Momentos de pequena felicidade

Acordar com aquela sensação de paz consigo mesma.
Sentir-se autoconfiante na rua.
Ser percebida na rua com bons olhos.
Ser chamada pelo seu nome social no trabalho.
Poder almoçar falando de assuntos agradáveis.
Deliciar-se com um docinho.
Chegar em casa e se estabacar na cama.
Digitar o que se pensa num blog sem medo.

Alerta: nada de automedicação!

Vejo em muitos blogs de trans comentários a respeito da automedicação de hormônios e tudo o mais e só tenho uma coisa a dizer: NÃO SE AUTOMEDIQUEM!

Me deparo hoje com essa notícia, tirada do site do UOL, relativa a um dos mais usados pelas trans no processo de hormonização, o Diane 35.


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou um informe nesta terça-feira (29) sobre a pílula Diane 35, alertando para os riscos do produto para pacientes com histórico de processos trombóticos (formação de coágulos em veias ou artérias). O documento foi divulgado após agência reguladora de medicamentos francesa, a ANSM (L’Agence nationale de sécurité du médicament et des produits de santé), ter associado a ocorrência de quatro mortes ao uso do medicamento.
Nesta quarta-feira (30), porém, a França anunciou que a pílula e seus genéricos terão a venda suspensa - medida que entrará em vigor daqui a três meses. O princípio ativo do produto é o acetato de ciproterona e etinilestradio.A Diane 35 é usada no Brasil como anticoncepcional e também para controle do hirsutismo (excesso de pelos), ovários policísticos e acne em mulheres. Na França, porém, apenas o tratamento contra acne era aprovado. A autoridade de saúde considera que faltam estudos para confirmar o benefício do produto como contraceptivo.
"Novos dados mostraram que o risco de tromboembolismo, incluindo o tromboembolismo venoso, é quatro vezes maior nas usuárias em relação a mulheres que não fazem o tratamento", informa o comunicado da ANSM.
A agência brasileira diz que até o momento não recebeu relatos de profissionais de saúde sobre problemas com o produto, registrado no país desde 2002, e diz que está acompanhando o caso "para avaliar quais medidas devem ser tomadas".
Procurada pelo UOL na manhã desta quarta-feira (30), depois que a agência francesa anunciou a suspensão da pílula, a assessoria de imprensa da Anvisa respondeu que, por enquanto, o posicionamento permanece o mesmo.
O informe da Anvisa lembra que a bula do produto no país já traz alertas referentes ao risco de trombose arterial ou venosa. Por isso, deve ser respeitada a contraindicaçãoi da pílula para pessoas que tenham sofrido trombose venosa profunda, embolia pulmonar, infarto ou AVC, e também para mulheres com sinais que possam preceder esses problemas, como angina (dor no peito) e episódio isquêmico transitório.
A agência de medicamentos francesa confirmou, no último domingo (27), que quatro mulheres morreram por trombose venosa profunda relacionada ao Diane 35. Outras mortes relatadas teriam sido causadas por "doenças subjacentes", concluiu a autoridade de saúde.
Nos últimos anos, outros anticoncepcionais também entraram no radar das agências reguladoras, especialmente a drospirenona (princípio ativo das pílulas Yaz e Yasmin), que foi relacionada a casos de trombose e embolia, causando inclusive algumas mortes.
A trombose é a formação de um coágulo sanguíneo em uma veia ou artéria, impedindo o fluxo do sangue. Na trombose venosa profunda, em geral a veia afetada fica nos membros inferiores. O coágulo pode causar inchaço e dor. Quando se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, é chamado de embolia e pode provocar lesões graves no cérebro, nos pulmões ou em outra área do corpo.
O que o fabricante diz
A Bayer informou que, até o momento, o conteúdo do relatório das autoridades de saúde da França mencionado nos artigos da imprensa não foi comunicado à Bayer Healthcare França. A empresa lembra que Diane 35 é um medicamento aprovado pelas Autoridades de Saúde da França para o tratamento da acne em mulheres. O mesmo produto é aprovado para diferentes indicações nos 116 países em que é comercializado.
"Diane-35 deve ser prescrito estritamente como indicado na bula e depois de uma consulta médica, seguindo indicação e de acordo com as indicações da bula. O risco de tromboembolismo venoso (TEV) é conhecido e claramente mencionado na bula do produto. Como para qualquer droga, a prescrição de Diane 35 é monitorada de perto. Os resultados deste monitoramento são comunicados às autoridades de saúde, seguindo regulamentação aplicável de farmacovigilância", diz o comunicado.
A companhia também diz que sempre colaborou com as autoridades de saúde para fornecer todas as informações relevantes sobre a utilização e o perfil de benefício/risco do Diane 35 e vai continuar a fazê-lo.
(Com AFP e Folha.com)


http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/01/30/anvisa-alerta-para-contraindicacao-da-pilula-diane-35-em-pacientes-com-risco-de-trombose.htm

Portanto, minhas queridas, antes de tomarem qualquer medicamento, passem primeiro NUM MÉDICO QUALIFICADO (um endocrinologista, provavelmente), que vai indicar se tal medicamento é adequado para o seu organismo, para evitar transtornos no futuro.

Eu, como medrosa que sou, decidi esperar a consulta médica, mesmo que eu ache a espera demasiadamente longa, pois tomo outros remédios controlados e interações podem me fazer mal no futuro. E acho que vocês deveriam fazer o mesmo e não botar em risco a própria vida de vocês.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Vídeo da noite

Hoje é um dia pra agitar, então deixo um clipe da espanhola Edurne.

Sou como sou, não quero me parecer com você
Sou como sou, não diga que não adverti
Doce, independente, frágil porém forte
Diferente, que sorte ser como sou
Queira ou não, sou como sou

Visibilidade

Hoje, 29 de janeiro, é o Dia Nacional da Visibilidade Trans.

Hoje me vieram com a seguinte pergunta: "O que esta data representa?"
Não soube responder na hora. Está aqui a resposta.

Representa a luta de quem se viu diferente dos demais.
Representa a luta de quem está em luta consigo mesm@.
Representa o dia-a-dia de quem vive diante de um mundo de hipocrisia e preconceito.
Representa o anseio de ser vist@ pela sociedade como se realmente é.
Representa a corrida contra a marginalização vista nas esquinas noturnas.
Representa um marco pelo respeito, tão requisitado e malogrado.
Representa uma conquista institucional que ainda está em digestão social.

Incompreensões

Não entender uma condição é uma coisa. Não QUERER entender uma condição é outra completamente diferente.


Foto: Sabrina Garcia

Vídeo da noite

As palavras de "Sonho impossível" falam por si mesmas, ainda mais na belíssima voz da Maria Bethânia.

Vou saber que valeu delirar e morrer de paixão.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Incertezas

Exalar autoconfiança. É o que não estou conseguindo hoje.

Desde o cabelo que não está bem escovado, a roupa que não está bem caída, a maquiagem que não está bem posta, tudo me deixa em clima de desconfiança sobre minha própria autoestima.

Espero que seja apenas um sentimento passageiro.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Vídeo da noite

Vou deixar vocês com uma música super bacana da Alexia (sim, aquela mesma que estourou nos anos 90 com aquela música "Uh la la la"). Fala de manter-se sempre forte frente às adversidades que encontramos na nossa vida.

Precisa-se de grande coragem para não cair
Há muito que se combater nesta vida toda para se viver

Quem sou eu?

Tá, acho que comecei a casa pelo telhado, então é melhor eu me apresentar.

Sou Marina, tenho 22 anos, e há dois meses consegui vencer uma imensa barreira interna e externei o meu transgenerismo. (Essa palavra existe? Se não, vou usá-la mesmo assim para definir o meu atual estado de espírito)

Durante anos nutria sentimentos que não eram masculinos. Eram coisas que apenas uma mulher poderia entender. Não poder entender esses sentimentos em sua plenitude mutilava a minha alma, pois coisas que almejava desde a tenra infância não podia externar, por medo de represálias, de chacotas.

Antes de ser Marina, fiz muita coisa. Estudei para ter um pouco de senso crítico na minha mente, iniciei administração (mas larguei por falta de aptidão), passei num concurso do governo, que hoje é minha fonte de renda.

Recentes acontecimentos na minha vida fizeram eu criar a coragem de vencer obstáculos que me oprimiam desde sempre e assumir a mulher que sempre existiu em mim, delicada porém obstinada.

A transformação

Foi num belo dia 12 de novembro de 2012 que recebi um e-mail. Era um chamamento para um evento classista que aconteceria no dia 14, e haveria algumas pautas interessantes a serem discutidas sobre a categoria do serviço no qual eu trabalho. Foi o momento em que eu disse para mim mesma: é agora ou nunca!

Peguei minha maquininha depilatória (tenho uma, que agora não uso mais, para aparar as partes íntimas, já que detesto pelos) e a usei para raspar minhas pernas. O resultado não ficou lá dos mais satisfatórios, mas era o que tinha. Foi que no grande dia, cometi as primeiras loucuras da minha nova vida.

Entrei numa loja cujo vestido (uma jardineira, na verdade) achei lindo e disse que queria experimentá-lo. Ainda bem que ninguém deu nenhum olhar feio nem nada. Experimentei a jardineira, caiu muito bem, e a levei. Comprei também uma meia-calça pra usar com um sapato (que comprei em outra ocasião da minha vida, que depois contarei) e uma peruca, que é minha fiel companheira. Chegando na esquina de casa, entrei no primeiro salão de beleza da rua e fiz a minha sobrancelha, deixando bem claro que eu ia sair montada na rua (risos).

Tudo pronto, lá vou eu me arrumar. Bota camisetinha, bota jardineira, bota peruca, bota meia-calça, bota sapato (aliás, esse demorou quase meia hora). E fiquei desse jeito.


Foto: Fernanda Kobata

Sem sutiã e sem maquiagem. Um tanto cafona. Um tanto andrógina. Um tanto esquisita.

Primeiro desafio: andar de salto alto na rua. Nunca tinha tentado, portanto foi complicadíssimo me equilibrar, ainda mais tendo que subir uma ladeirinha chata. Segundo desafio: me equilibrar dentro de um ônibus, com o salto mandando seu pé lá pro esconderijo do sapato. Terceiro desafio: encarar as pessoas, já que vários me conheciam.

Alguns me cumprimentaram pelo antigo nome. E lá vou eu me apresentar: oi, eu sou a Marina, nova companheira de vocês. Alguns não me reconheceram à primeira vista, mas depois lembraram da minha fisionomia e ficaram um tanto chocados. Normal. Mas o bom é que tudo correu bem. Acredito estar trabalhando com pessoas que têm (aparentemente) uma mente mais aberta e sabem lidar com essa situação creio que inédita em suas vidas. Mas sobre isso falarei mais adiante.

O que importa é que em 14 de novembro de 2012 algo muito importante se concretizou em minha vida: a partir daquele momento eu seria não mais um personagem de mim mesma, e sim Marina, eu mesma, com seus questionamentos e suas aspirações.

A janela que nunca se abriu

Pensar em algo para se escrever aqui é difícil. Não tenho ainda a tal prática.

Sou como muitas. Sou como algumas. Sou diferente. Sou semelhante.

Durante 22 anos, 4 meses e 11 dias fui alguém que não era.

Fui um personagem de mim mesma, e num gesto de coragem, dei um basta nessa situação.

Fui como a janela que nunca se abriu, e pela qual só passava um fiozinho de luz.

Abri a janela. Deixei a luz entrar. Deixei que ela penetrasse pelos mínimos detalhes do quarto sombrio.

Ainda não sei bem a motivação sólida desse blog. Sei que vai me ajudar a externar alguns dilemas e preocupações.